
Índice
- O que é e para que serve o Pâncreas
- Relação entre Diabetes e Câncer de Pâncreas
- Rastreamento do Câncer de Pâncreas
- Sintomas
- Tratamento
- Cirurgia
- Ablação ou embolização para câncer de pâncreas
- Radioterapia
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Controle da Dor
- Tratamento do Câncer, por Estágio
O que é e para que serve o Pâncreas
É uma importante glândula do corpo humano, que faz parte do sistema digestório e endócrino. O pâncreas produz o suco pancreático que age no processo digestivo, pois possui enzimas digestivas. Esta glândula também é responsável pela produção de hormônios como, por exemplo, insulina, somatostatina e glucagon.
Com tamanho médio de 20 centímetros, o pâncreas está localizado no abdômen, em uma região atrás do estômago, entre o duodeno e o baço. Pesa cerca de 100 gramas e apresenta três regiões principais: a cabeça, o corpo e a cauda.
Por produzir enzimas e hormônios, o pâncreas é considerado um exemplo de glândula mista, ou seja, apresenta funções exócrinas e endócrinas. Sua função exócrina relaciona-se com a produção do suco pancreático, um produto rico em bicarbonato.
Nesse suco, são encontradas várias enzimas, como a tripsina e a quimotripsina, que atuam em proteínas; a amilase, que atua nos polissacarídeos e dissacarídeos; as lipases, que quebram gorduras; e as nucleases, que agem sobre os ácidos nucleicos.
A eliminação do suco pancreático é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso. Quando uma pessoa alimenta-se, vários fatores geram impulsos nervosos que promovem o funcionamento do pâncreas. Entre esses fatores, podemos citar o cheiro do alimento, o gosto e a chegada do bolo alimentar no estômago.
Além dos fatores nervosos, a produção do suco pancreático também ocorre graças à ação de dois hormônios: a secretina e a pancreosina. Esses hormônios são produzidos pela mucosa do duodeno quando estimulados pela chegada do alimento nessa região.
A função endócrina do pâncreas corresponde à sua capacidade de produzir insulina e glucagon, dois hormônios que garantem níveis adequados de açúcares no sangue.
Algumas patologias que podem afetar o pâncreas:
- Diabetes, onde as células pancreáticas não produzem insulina, no caso da diabetes tipo 1, ou produzem insulina em quantidade insuficiente ou normal, mas o organismo não consegue utilizá-la, no caso da diabetes tipo 2;
- Câncer, onde ocorre o crescimento de células pancreáticas malignas, é conhecido como adenocarcinoma;
- Fibrose Cística, causada por um gene defeituoso que faz com que o corpo produza um líquido anormalmente denso e pegajoso, conhecido popularmente como muco, que se acumula nas passagens respiratórias do pâncreas e pulmões.
- Pancreatite, que é uma inflamação do pâncreas que, geralmente, é causada por cálculos da vesícula que se movem para junto do ducto pancreático provocando uma obstrução.
- Cistos no pâncreas, que são uma espécie de bolsa com líquido ou ar que são removidos através de cirurgia.
No diabetes tipo 1, o pâncreas não consegue produzir insulina, o que faz com que o nível de glicose no sangue fique alto, um quadro denominado de hiperglicemia. A pouca produção do hormônio ocorre em razão do ataque do sistema imunológico às células beta, responsáveis pela produção de insulina.
Exames laboratoriais para identificar possíveis problemas pancreáticos:
- Amilase
- Lipase
- Tripsina Pancreática
- Gordura Fecal
Lembramos a importância do acompanhamento de um médico para melhor avaliação dos resultados dos exames.
Relação entre Diabetes e Câncer de Pâncreas

Cerca de 1% dos pacientes com diabetes recém-desenvolvido serão diagnosticados com câncer de pâncreas dentro de três anos
A insulina é um hormônio produzido por aglomerados de células do pâncreas chamadas ilhotas de Langerhans. Ela ajuda nosso corpo a utilizar os açúcares dos alimentos para obter energia. Quando estamos ativos, queimamos essa energia e consumimos o açúcar. Mas uma dieta inadequada e um estilo de vida inativo podem levar a uma sobrecarga de açúcar na corrente sanguínea, o que, com o tempo, provoca a resistência à insulina. Isso significa que a insulina produzida não funciona tão eficientemente quanto em condições normais. Assim , o pâncreas entra em ação para produzir mais insulina. Mas, ele nem sempre consegue suprir o excesso de demanda e esse fenômeno desencadeia o diabetes tipo 2.
Embora a resistência à insulina seja mais comumente causada pela obesidade, ela também pode ser resultante de um
câncer de pâncreas. Além disso, o câncer de pâncreas impede que as ilhotas produzam insulina em resposta à resistência à insulina. Isso pode então levar ao diabetes tipo 3c, que é causado por doenças do pâncreas, incluindo pancreatite crônica e fibrose cística, bem como cirurgias pancreáticas e o câncer pancreático.
O diabetes tipo 3c é difícil de ser distinguido do diabetes do tipo 2. Importante ressaltar que cerca de 1% dos pacientes com diabetes recém-desenvolvido serão diagnosticados com câncer de pâncreas dentro de três anos.
Há uma falta de conscientização sobre essa relação, especialmente entre os médicos da atenção primária. O monitoramento do câncer de pâncreas portanto deve começar ao primeiro sinal de níveis elevados de açúcar no sangue.
O diabetes é diagnosticado quando os níveis de hemoglobina glicada, também conhecido como HbA1C ou A1C, são maiores que 6,5%. Diabetes de início recente é o nome para os três anos após o primeiro teste de A1C com níveis acima de 6,5%. Durante esses três anos, o risco de câncer de pâncreas é maior do que o esperado e depois cai para o nível de risco encontrado em pessoas com diabetes estabelecido.
O aumento dos níveis de A1C ocorre meses antes de um médico fazer o diagnóstico de diabetes. Existe a possibilidade de que o paciente possa reverter o diabetes com uma dieta melhorada e mais atividade física. Mas isso só funciona para pacientes que realmente se esforçam na obtenção desse objetivo. Às vezes, os pacientes percebem mudanças graças ao estilo de vida melhorado, mas em casos raros, essas mudanças são causadas pelo câncer de pâncreas, incluindo o próprio emagrecimento. Dados mais recentes sugerem que em raras situações, o aumento dos níveis de açúcar no sangue, apesar da perda de peso, pode indicar câncer de pâncreas. Estudos retrospectivos ajudaram a identificar dois sinais que sugerem o desenvolvimento de câncer de pâncreas.
Primeiro, os níveis de açúcar aumentam rapidamente. Cerca de 40% desses pacientes têm níveis normais de açúcar cinco anos antes do diagnóstico de diabetes. Quando comparado ao diabetes tipo 2 típico, ele se desenvolve muito mais rápido, quando é causado pelo câncer. Pacientes com diabetes existente também veem seus números aumentarem rapidamente e em níveis mais do que os normalmente observados no diabetes tipo 2.
Em segundo lugar, os pacientes perdem uma quantidade significativa de peso, apesar dos níveis crescentes de insulina. Mas se o paciente mudou sua dieta e nível de atividade física, a perda de peso pode ser erroneamente atribuída a esses esforços. Essa perda de peso diante do aumento dos níveis de açúcar é algo que também pode ser observado no câncer de pâncreas. Por isso o médico assistente deve estar sempre atento a esta situação para que exames subsequentes possam detectar o tumor, caso ele esteja presente, ainda em uma fase precoce, portanto curável pelo tratamento cirúrgico.
A detecção precoce pode levar a mais opções de tratamento do câncer de pâncreas
A idade do paciente, o nível de fadiga, o histórico de saúde e o estágio do câncer de pâncreas afetam as opções de tratamento. A detecção precoce – mesmo que apenas quatro ou cinco meses antes do diagnóstico – aumenta o número de opções de tratamento, e consequentemente dos índices de cura. Além da cirurgia, outras opções terapêuticas podem ser necessárias, como quimioterapia, radioterapia e mesmo terapia alvo-molecular. Essas abordagens podem oferecer o maior benefício para os pacientes, mas geralmente não são opções viáveis para pacientes com câncer de pâncreas em estágios mais avançados.
Com a detecção precoce melhorando o acesso a tratamentos mais eficazes podem prolongar a vida de mais pacientes com câncer de pâncreas. Isso, por sua vez nos ajuda a melhorar a nossa compreensão do câncer de pâncreas. Se conseguirmos levar mais pessoas à cirurgia com uma detecção mais precoce, podemos ter mais ensaios clínicos que objetivem um prolongamento da vida de mais pacientes, juntamente com uma melhora também na sua qualidade de vida.
Ensaios clínicos visam a estabelecer diretrizes de rastreamento do câncer de pâncreas

Embora tenha sido estabelecida uma ligação entre diabetes de início recente e câncer de pâncreas, o que os médicos fazem com essa informação ainda não foi determinado.
Na grande maioria das vezes, diabetes de início recente é apenas diabetes tipo 2 de início recente e não se relaciona ao câncer de pâncreas. Mas é preciso que a comunidade médica esteja alerta para a possibilidade desta associação. Por isso, existem grupos de investigadores conduzindo ensaios clínicos de rastreamento de câncer de pâncreas para seu diagnóstico precoce. O primeiro ensaio clínico está coletando sangue para estudos futuros em 10.000 pacientes com diabetes de início recente. Este será o primeiro estudo prospectivo para definir o risco de desenvolver câncer de pâncreas em diabetes de início recente.
Um segundo estudo se baseará no primeiro, identificando o subconjunto de pacientes que perderam peso ou cuja pontuação A1C é alta e que devem ser rastreados para câncer com uma tomografia computadorizada de abdome. Se os resultados da primeira tomografia computadorizada forem normais, os pacientes receberão uma segunda tomografia três a nove meses depois. O objetivo é mudar a prática, mostrando no ensaio clínico que esses pacientes se beneficiam da detecção precoce.
Se há uma mensagem a ser guardada é que o câncer de pâncreas associado ao diabetes é raro, mas é melhor estar ciente da conexão entre essas anomalias do que ignorar seus sinais, perdendo-se assim uma preciosa oportunidade de um diagnóstico realmente precoce, o que por sua vez propiciará muito maiores chances de uma abordagem terapêutica curativa.
Sintomas de Câncer de Pâncreas

O câncer de pâncreas é uma doença de difícil detecção e com comportamento agressivo, resultando em uma alta taxa de mortalidade devido ao diagnóstico tardio. No Brasil, ele é responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença.
Apesar de haver um aumento lento da sobrevivência global dos pacientes, o prognóstico continua sendo ruim. Os sintomas do câncer de pâncreas são silenciosos no início e só se manifestam quando a doença já está em uma fase mais avançada e difícil de tratar. No entanto, saber identificá-los pode ajudar a obter um diagnóstico precoce de um dos tipos de câncer digestivo mais letais.
A doença ocorre devido a uma perturbação no processo normal de regeneração celular dos tecidos que formam a glândula pancreática, um órgão localizado no abdômen, sob o estômago e com ligação ao duodeno, que tem de dez a 15 centímetros. Quando a divisão celular não ocorre de forma adequada, surgem células anormais que crescem e se multiplicam de forma descontrolada, originando tumores.
De acordo com Deborah Lee, da farmácia online Dr.ª Fox, o prurido na pele é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. O jornal Daily Express relata que um estudo publicado no The Official Journal of the International Hepato Pancreato Biliary Association revela que este sintoma ocorre em aproximadamente 75% dos indivíduos com câncer de pâncreas.
Além disso, se você apresentar um conjunto de fatores de risco, como:
- Tabagismo
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
- Obesidade e alimentação rica em gorduras
É importante estar atento a outros sintomas, como:
- Icterícia
- Urina escura
- Fezes claras
- Dor abdominal que pode irradiar para as costas
- Problemas digestivos
- Falta de apetite e perda de peso
- Cansaço
- Astenia
- Aumento da vesícula biliar
- Formação de coágulos sanguíneos
- Irregularidades do tecido adiposo e diabetes.
É importante lembrar que a detecção precoce do câncer de pâncreas é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento e na cura da doença.
Por isso, é fundamental realizar exames regularmente e estar atento aos sintomas mencionados no texto.
Além disso, manter hábitos saudáveis, como não fumar, não consumir bebidas alcoólicas em excesso e ter uma alimentação equilibrada, também pode ajudar na prevenção do câncer de pâncreas e de outras doenças.
Não deixe de consultar o seu médico regularmente e de buscar ajuda caso perceba qualquer sintoma suspeito. A sua saúde é muito importante !
Tratamento do Câncer de Pâncreas

Após o diagnóstico e estadiamento do câncer de pâncreas, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. É importante ter tempo e poder avaliar todas as possibilidades terapêuticas, bem como os possíveis riscos e efeitos colaterais.
Dependendo do tipo e estágio da doença e outros fatores, as opções de tratamento para pacientes com câncer de pâncreas podem incluir cirurgia, tratamentos de ablação ou embolização, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e controle da dor. Às vezes, a melhor opção pode incluir mais de um tipo de tratamento ou uma combinação desses tratamentos.
Em função das opções de tratamento definidas para cada paciente, a equipe médica deverá ser formada por especialistas, como cirurgião, oncologista, gastroenterologista e radiooncologista. Mas, muitos outros profissionais poderão estar envolvidos durante o tratamento, como enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.
Tomando decisões sobre o tratamento. É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às suas necessidades. Alguns itens devem ser considerados, como idade e expectativa de vida, outras condições de saúde, estadiamento da doença, se a cirurgia pode (ou não) retirar todo o tumor, e, probabilidade de cura da doença. Se possível, procure uma segunda opinião. Isso pode lhe trazer mais informações adicionais e poderá ajudá-lo a se sentir mais confiante sobre o tratamento que escolher.
Pensando em participar de um estudo clínico. Em alguns casos, pode ser a única maneira para ter acesso a novos tratamentos. Ainda assim, estudos clínicos podem não ser adequados para todos. Se você quiser saber mais sobre os estudos clínicos que podem ser adequados para você, converse com seu médico.
Considerando métodos complementares e alternativos. Estes métodos podem incluir vitaminas, ervas e dietas especiais, ou outros métodos, como acupuntura ou massagem. Os métodos complementares se referem a tratamentos usados junto com seu atendimento médico regular. E os tratamentos alternativos são usados em vez do tratamento médico. Embora alguns destes métodos possam ser úteis para aliviar os sintomas ou ajudar você a se sentir melhor, muitos não foram comprovados cientificamente e não são recomendados. Converse com seu médico antes de iniciar qualquer terapia alternativa.
Escolhendo interromper o tratamento. Para algumas pessoas, quando os tratamentos não estão mais controlando o câncer, pode ser hora de pesar os benefícios e riscos de continuar a tentar novos tratamentos. Se você continuar (ou não) o tratamento, ainda há coisas que você pode fazer para ajudar a manter ou melhorar a sua qualidade de vida. Algumas pessoas, especialmente se a doença está avançada, podem não querer ser tratadas. Existem muitas razões pelas quais você pode decidir querer interromper o tratamento, mas é importante conversar com seus médicos antes de tomar essa decisão. Lembre-se de que mesmo se você optar por não tratar o câncer, você ainda pode receber cuidados de suporte para ajudar com a dor ou outros sintomas.
Cirurgia para Câncer de Pâncreas

Existem dois tipos de cirurgia para o câncer de pâncreas:
- Cirurgia potencialmente curativa. É realizada quando os resultados dos exames sugerem que é possível remover todo o tumor.
- Cirurgia paliativa. Realizada se os exames de imagem mostram que a doença está disseminada. Essa cirurgia é realizada para aliviar os sintomas da doença ou prevenir determinadas complicações, como um ducto biliar bloqueado ou obstrução intestinal. Mas, não tem objetivo curativo.
Estadiamento por laparoscopia
Para determinar o melhor tipo de cirurgia a ser realizado, é importante saber o estadiamento da doença. Como pode ser difícil fazer o estadiamento do câncer de pâncreas com precisão apenas com exames de imagem, às vezes, a laparoscopia é feita inicialmente para determinar a extensão do tumor e se ele pode ser ressecado cirurgicamente.
Nessa técnica, o cirurgião faz algumas incisões no abdômen por onde insere os instrumentos necessários para o procedimento. A biópsia do tumor e áreas anormais podem mostrar até onde a doença se disseminou.
Cirurgia potencialmente curativa
Alguns estudos mostraram que a remoção de apenas uma parte do tumor não aumenta a sobrevida, de modo que a cirurgia potencialmente curativa é realizada apenas se for possível remover todo o tumor.
Mesmo assim, essa é uma das cirurgias mais difíceis de ser realizada, devido as possíveis complicações e a recuperação pós-cirúrgica lenta. A equipe médica junto com o paciente devem avaliar os potenciais benefícios e riscos antes de optarem pela cirurgia.
Cerca de 20% dos cânceres de pâncreas parecem estar confinados ao pâncreas, no momento do diagnóstico. Mesmo assim, nem todos estes são realmente operáveis. Muitas vezes, apenas após o início da cirurgia é que o cirurgião constata que o tumor cresceu demais para ser completamente removido. Quando isso acontece, a cirurgia é interrompida ou o cirurgião decide continuar o procedimento com o objetivo de aliviar ou prevenir sintomas. Isso porque a cirurgia planejada dificilmente curaria a doença, além de poder levar a importantes efeitos colaterais e, ainda prolongar o tempo de recuperação pós-cirúrgico, o que poderia atrasar o início de outros tratamentos.
A cirurgia é a única chance real para curar o câncer de pâncreas, mas nem sempre leva à cura. Mesmo que todo o tumor visível seja removido, algumas células cancerígenas remanescentes já se disseminaram para outras partes do corpo. Essas células podem, eventualmente, se transformarem em novos tumores, que são mais difíceis de serem tratados.
A cirurgia curativa está indicada para o tratamento de tumores localizados na cabeça do pâncreas. Como esses tumores se encontram perto do conduto biliar, alguns provocam icterícia e podem ser diagnosticados mais precocemente para serem completamente removidos. Cirurgias para outras partes do pâncreas são descritas abaixo, e são realizadas, se possível, para retirar todo o tumor:
- Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple). Esta é a cirurgia mais frequente para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento é retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes o corpo. Também são removidos intestino delgado, parte do ducto biliar, linfonodos próximos ao pâncreas e às vezes parte do estômago. O restante do ducto biliar é ligado ao intestino delgado, para que as enzinas biliares e digestivas possam continuar chegando ao órgão. As possíveis complicações cirúrgicas decorrentes desse procedimento incluem vazamento entre as conexões dos órgãos envolvidos na cirurgia, infecções, hemorragia, alterações gástricas, perda de peso, problemas intestinais e diabetes.
- Pancreatectomia distal. Essa cirurgia remove apenas a cauda do pâncreas ou a cauda e uma porção do corpo do pâncreas. O baço também é normalmente removido. Essa técnica é utilizada no tratamento de tumores encontrados na cauda e corpo do pâncreas. Essa técnica raramente é utilizada para tratar o câncer de pâncreas, porque geralmente o tumor já se encontra disseminado quando diagnosticado.
- Pancreatectomia total. Esse procedimento retira todo o pâncreas, assim como a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e o baço. Essa cirurgia pode ser uma opção se o tumor se disseminou pelo pâncreas, mas ainda pode ser removido. Atualmente, esse tipo de cirurgia é usada com menos frequência do que as outras técnicas porque não parece mais ser uma vantagem a remoção de todo o pâncreas, além de apresentar grandes efeitos colaterais.
É possível viver sem o pâncreas. Mas quando o pâncreas inteiro é removido, os pacientes ficam sem quaisquer células que produzem insulina e outros hormônios, que ajudam a manter níveis seguros de açúcar no sangue. Esses pacientes desenvolvem diabetes, que pode ser difícil de controlar por se tornarem dependentes de insulina. Os pacientes que fazem essa cirurgia também começam a tomar comprimidos de enzimas pancreáticas para ajudar na digestão de determinados alimentos.
Cirurgia paliativa
Se o câncer se disseminou qualquer tipo de cirurgia a ser considerada é destinada a aliviar ou prevenir os sintomas. Como o câncer de pâncreas pode progredir rapidamente, a maioria dos médicos não indica uma grande cirurgia para tratamento paliativo, especialmente para os pacientes com a saúde debilitada.
Os tumores que crescem na cabeça do pâncreas podem bloquear o ducto biliar, podendo provocar problemas digestivos e dores, uma vez que a bile não consegue chegar ao intestino. Os produtos químicos biliares também se acumulam no organismo provocando icterícia, náuseas, vômitos e outros problemas. Existem duas opções para aliviar a obstrução do ducto biliar:
Colocação de stent. A abordagem mais frequente para permeabilizar o ducto biliar bloqueado não envolve uma cirurgia real. Em vez disso, um stent é colocado no conduto para mantê-lo aberto. Isso geralmente é feito através de um endoscópio, com o paciente sedado. Muitas vezes, esse procedimento é parte de uma colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. O stent, que é geralmente metálico, ajuda a manter o ducto biliar aberto e resiste à compressão dos tumores circundantes. Os stents também podem ser colocados antes da cirurgia para diminuir os níveis de bilirrubina e consequentemente a icterícia antes do pâncreas ser removido.
Cirurgia de bypass. Outra opção para o ducto biliar obstruído, em pacientes em bom estado geral de saúde, é a cirurgia para redirecionar o fluxo da bílis a partir do ducto biliar comum diretamente para o intestino delgado. A colocação de um stent é, muitas vezes, mais fácil e a recuperação mais rápida. Por essa razão é realizada com mais frequência do que a cirurgia de bypass. Mas, a cirurgia pode ter algumas vantagens, como:
- Pode proporcionar um alívio mais duradouro do que o stent, que precisa ser higienizado ou substituído.
- Pode ser uma opção se, por alguma razão, o stent não pode ser colocado.
- Durante a cirurgia, o cirurgião pode seccionar os nervos que inervam o pâncreas ou injetar álcool, o que pode reduzir ou eliminar qualquer dor provocada pela doença.
Ablação ou Embolização para Câncer de Pâncreas

Esses tratamentos consistem em diferentes maneiras de destruir os tumores, em vez de removê-los cirurgicamente. Às vezes são utilizados no tratamento do câncer de pâncreas disseminado, especialmente para o fígado. Entretanto, esses tratamentos isolados não curam a doença. São utilizados para prevenir ou aliviar os sintomas do câncer, e muitas vezes usados junto com outros tipos de tratamentos.
Tratamentos ablativos
A ablação refere-se a tratamentos que destroem os tumores, geralmente com calor ou frio extremos. Este tipo de tratamento geralmente não requer internação. Existem diferentes tipos de tratamentos ablativos:
- Ablação por radiofrequência. Esse procedimento utiliza ondas de rádio para aquecer e destruir as células cancerígenas. Esse tratamento é utilizado principalmente para pequenos tumores.
- Termoterapia por micro-ondas. Nesse procedimento, as micro-ondas são utilizadas para aquecer e destruir as células cancerígenas.
- Ablação por etanol. Também conhecida como injeção percutânea de etanol destrói as células cancerígenas injetando álcool concentrado diretamente no tumor. A agulha é inserida na pele guiada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada.
- Criocirurgia. Nesse procedimento, uma sonda é inserida no tumor congelando o tecido com nitrogênio líquido ou dióxido de carbono líquido. A área congelada é destruída. Essa técnica é também conhecida como crioablação. O procedimento é realizado sob anestesia geral.
Efeitos colaterais da ablação. Os possíveis efeitos colaterais após a terapia de ablação podem incluir dor abdominal, infecção e hemorragia interna.
Embolização
Durante a embolização, substâncias são injetadas na artéria para bloquear o fluxo sanguíneo para as células cancerígenas, obstruindo o fornecimento de sangue ao tumor destruindo-as. Isso pode ser usado para tumores maiores do fígado.
Existem 3 tipos principais de embolização:
- Embolização arterial (Embolização transarterial). Nesse procedimento, um cateter é inserido na artéria, que alimenta o tumor, através de uma pequena incisão na parte interna da perna. O fluxo sanguíneo é bloqueado (ou reduzido) pela injeção de materiais que conectam a artéria. A maioria das células saudáveis do fígado não será afetada porque recebe seu suprimento de sangue de um vaso sanguíneo diferente (veia porta).
- Quimioembolização. Essa abordagem, também conhecida como quimioembolização transarterial combina a embolização com quimioterapia. Esse procedimento é realizado utilizando pequenas esferas que liberam o medicamento quimioterápico durante a embolização. A administração da quimioterapia também pode ser realizada diretamente na artéria, através do cateter.
- Radioembolização. Essa técnica combina a embolização com radioterapia. O procedimento consiste da injeção de pequenas esferas radioativas (microesferas) na artéria hepática. Uma vez colocadas as esferas se alojam nos vasos sanguíneos próximos ao tumor, liberando pequenas quantidades de radiação diretamente no tumor por alguns dias.
Efeitos colaterais da embolização. Os possíveis efeitos colaterais após a embolização incluem dor abdominal, febre, náuseas, infecções e formação de coágulos nos vasos sanguíneos próximos. Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer.
Radioterapia

A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas que formam um tumor. Pode ser útil no tratamento de alguns tipos de câncer de pâncreas.
A radioterapia pode ser utilizada em pacientes com câncer de pâncreas em diferentes situações:
- Pode ser administrada após a cirurgia (tratamento adjuvante) para diminuir a chance da recidiva. Normalmente, a radioterapia é administrada junto com a quimioterapia, sendo denominada quimiorradiação ou quimioradioterapia.
- Para tumores ressecáveis limítrofes, a radioterapia pode ser administrada junto com a quimioterapia antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) para reduzir o tumor e facilitar a retirada cirúrgica.
- A radioterapia combinada com a quimioterapia pode ser usada como parte do tratamento principal em pacientes cujos tumores se desenvolveram além do pâncreas e não podem ser removidos cirurgicamente (tumores localmente avançados/irressecáveis).
- Algumas vezes é administrada para aliviar sintomas como a dor em pacientes com câncer de pâncreas avançado ou naqueles que não podem realizar outros tratamentos, como a cirurgia.
O tipo de radiação mais usado para tratar o câncer de pâncreas é a radioterapia por feixe externo. A radioterapia consiste em liberar uma determinada dose de radiação em um alvo, geralmente fracionada em cinco sessões por semana durante certo período de tempo.
Possíveis efeitos colaterais
Alguns dos efeitos colaterais frequentes da radioterapia incluem:
- Alterações na pele.
- Náuseas e vômitos.
- Diarreia.
- Fadiga.
- Falta de apetite.
- Perda de peso.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
- Infecção.
Geralmente, esses efeitos desaparecem algumas semanas após o término do tratamento.
Quimioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais por via intravenosa ou por via oral. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células sadias do organismo.
A quimioterapia geralmente faz parte do tratamento do câncer de pâncreas e pode ser usada em qualquer estágio da doença:
- Tratamento neoadjuvante. É administrada antes da cirurgia para tentar reduzir o tamanho do tumor, para que ele possa ser removido com uma cirurgia menos extensa.
- Tratamento adjuvante. É administrada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes e diminuir a chance da recidiva.
- Tratamento de metástases. É administrada na doença avançada na qual os tumores não podem ser completamente removidos cirurgicamente.
Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia é conhecida como quimiorradiação e potencializa a radioterapia, entretanto pode apresentar mais efeitos colaterais.
Na maioria dos casos (especialmente como tratamento adjuvante ou neoadjuvante), a quimioterapia é mais eficaz quando administrada em combinações de dois ou mais medicamentos. Para os pacientes que não apresentam um bom estado geral de saúde para receber tratamentos combinados, um único medicamento, geralmente gemcitabina, 5-FU ou capecitabina, é administrado.
Os medicamentos mais frequentes usados para a quimioterapia adjuvante e neoadjuvante incluem:
- Gemcitabina.
- 5-fluorouracilo (5-FU).
- Oxaliplatina.
- Paclitaxel ligado à albumina.
- Capecitabina.
- Cisplatina.
- Irinotecano.
Quimioterapia para câncer de pâncreas avançado
- Gemcitabina.
- 5-fluorouracil ou capecitabina.
- Irinotecano ou irinotecano lipossomal.
- Agentes de platina: cisplatina e oxaliplatina.
- Taxanos: paclitaxel, docetaxel e paclitaxel ligado a albumina.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas.
A quimioterapia adjuvante e neoadjuvante é frequentemente administrada por um período total de três a seis meses, dependendo dos medicamentos utilizados. A duração do tratamento para o câncer de pâncreas avançado é baseado na resposta do tratamento e nos efeitos colaterais que o paciente possa estar apresentando.
Possíveis efeitos colaterais
Os quimioterápicos não destroem apenas as células cancerígenas, danificando também algumas células normais, o que pode levar a diversos efeitos colaterais. Esses efeitos dependem do tipo de medicamento utilizado, dose administrada e tempo de tratamento, podendo incluir:
- Náuseas e vômitos.
- Perda de apetite.
- Perda de cabelo.
- Inflamações na boca.
- Diarreia ou constipação.
- Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Hematomas ou hemorragia, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Esses efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e desaparecem após o término do tratamento. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, a quimioterapia pode ter que ser reduzida ou suspensa por um período de tempo.
Alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar outros efeitos colaterais, por exemplo,
- Os medicamentos como cisplatina, oxaliplatina e paclitaxel podem danificar os nervos, levando à chamada neuropatia periférica.
- A cisplatina pode provocar problemas renais. Os médicos tentam evitar isso, prescrevendo a ingestão de líquidos antes e depois da administração da medicação.
- A cisplatina pode afetar a audição. O médico pode perguntar se você tem algum zumbido nos ouvidos ou perda auditiva durante o tratamento.
Terapia-Alvo
À medida que os pesquisadores aprendem mais sobre as mudanças nas células que causam o câncer, eles têm sido capazes de desenvolver novos tipos de drogas que visam atacar receptores específicos.
A terapia-alvo consiste justamente nesse tratamento, que ataca especificamente essas moléculas, que sabidamente estão envolvidas no crescimento e disseminação das células cancerígenas.
Inibidor de EGFR
Erlotinibe. É um medicamento que tem como alvo uma proteína na superfície das células cancerígenas, denominada EGFR, que normalmente estimula essas células a crescerem e se desenvolverem. Em pacientes com câncer de pâncreas avançado, esse medicamento pode ser administrado junto com o medicamento quimioterápico gencitabina. Alguns pacientes podem se beneficiar mais dessa combinação do que outros.
Esse medicamento é administrado por via oral, uma vez por dia.
Os efeitos colaterais frequentes do erlotinibe incluem erupção cutânea similar a acne no rosto e pescoço, diarreia, perda de apetite e sensação de cansaço. Outros efeitos menos frequentes, mas importantes podem incluir danos nos pulmões, fígado ou rins; perfurações no estômago ou intestino; doenças na pele, e sangramento ou problemas de coagulação do sangue.
Inibidor de PARP
Numa pequena porcentagem de tumores pancreáticos, as células apresentam alterações em um dos genes BRCA (BRCA1 ou BRCA2). Alterações em um desses genes, às vezes, podem levar ao desenvolvimento do câncer.
Olaparibe. É um tipo de medicamento conhecido como inibidor de PARP. As enzimas PARP estão normalmente envolvidas em uma via que repara o DNA danificado dentro das células. Os genes BRCA estão normalmente envolvidos em uma via diferente de reparo do DNA, e mutações em um desses genes podem bloquear essa via. Ao bloquear a via PARP, esse medicamento dificulta que as células tumorais com o gene BRCA mutado reparem o DNA danificado.
Olaparibe pode ser usado no tratamento do câncer de pâncreas avançado em pacientes com uma mutação no gene BRCA conhecida ou suspeita, cuja doença não piorou após pelo menos quatro meses de quimioterapia com um medicamento de platina, como oxaliplatina ou cisplatina.
Esse medicamento mostrou diminuir ou retardar o crescimento de alguns tumores de pâncreas avançado, embora não esteja claro se aumenta a sobrevida dos pacientes.
Este medicamento é administrado por via oral, normalmente duas vezes por dia.
Os efeitos colaterais desse medicamento podem incluir náuseas e vômitos, diarreia ou constipação, fadiga, tontura, perda de apetite, alterações no paladar, diminuição dos glóbulos vermelhos (anemia), diminuição dos glóbulos brancos (com risco aumentado de infecção), dor abdominal e dores musculares e articulares. Outros efeitos menos frequentes, mas importantes podem incluir inflamação nos pulmões e o desenvolvimento de certos tipos de câncer no sangue, como síndrome mielodisplásica ou leucemia mieloide aguda (LMA).
Inibidores de NTRK
Uma pequena porcentagem de tumores de pâncreas apresenta alterações em um dos genes NTRK. Essas alterações genéticas, às vezes, podem levar ao crescimento celular anormal e ao desenvolvimento do câncer.
Larotrectinibe e entrectinibe. São medicamentos que têm como alvo as proteínas produzidas pelos genes NTRK. Esses medicamentos podem ser usados em pacientes com câncer de pâncreas avançado com alteração no gene NTRK, geralmente quando o câncer ainda está em desenvolvimento, mesmo com outros tratamentos.
Esses medicamentos são administrados por via oral, uma ou duas vezes ao dia.
Os efeitos colaterais frequentes desses medicamentos podem incluir tontura, fadiga, náuseas, vômito, constipação, ganho de peso e diarreia. Outros efeitos menos comuns, mas importantes podem incluir exames alterados no fígado, problemas cardíacos e confusão.
Imunoterapia

A imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz. Certos tipos de imunoterapia podem ser usados no tratamento do câncer de pâncreas.
Inibidores do controle imunológico
Uma função importante do sistema imunológico consiste na sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Esses medicamentos se mostraram promissores no tratamento de muitos tipos de câncer.
Os medicamentos denominados inibidores do controle imunológico podem ser usados para pacientes cujas células cancerígenas pancreáticas são positivas para alterações genéticas específicas, como um alto nível de instabilidade de microssatélites (MSI-H) ou alterações em um dos genes de reparo de incompatibilidade (MMR). As alterações nos genes MSI ou MMR (ou ambos) são frequentemente vistas em pacientes com síndrome de Lynch.
Os medicamentos são usados em pacientes cujo câncer volta a crescer após a quimioterapia. Eles também podem ser usados para tratar pacientes cujo tumor não pode ser removido cirurgicamente, recidivado após o tratamento, ou que se disseminou para outros órgãos.
Inibidor de PD-1
Pembrolizumabe. É um medicamento que tem como alvo a PD-1, uma proteína do ponto de controle das células do sistema imunológico denominadas células T. Ao bloquear a PD-1, esse medicamento aumenta a resposta imunológica contra as células cancerígenas do pâncreas e, muitas vezes, pode reduzir os tumores.
Esse medicamento é administrado por infusão intravenosa, a cada duas ou três semanas.
Os efeitos colaterais podem incluir fadiga, tosse, náusea, coceira, erupção cutânea, diminuição do apetite, constipação, dor nas articulações e diarreia.
Outros efeitos colaterais mais graves ocorrem com menor frequência. Esse medicamento age basicamente removendo os freios do sistema imunológico do corpo. Às vezes, o sistema imunológico começa a atacar outras partes do corpo, o que pode causar problemas graves ou até mesmo fatais nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas produtoras de hormônios, rins ou outros órgãos.
É importante comunicar imediatamente quaisquer novos efeitos colaterais que surgirem ao seu médico. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, o tratamento pode precisar ser interrompido e você ser medicado com altas doses de corticosteroides para suprimir o sistema imunológico.
Controle da dor

A dor pode ser um grande problema em pacientes com câncer de pâncreas. Esses tumores podem invadir e comprimir os nervos próximos ao pâncreas provocando dor no abdômen ou nas costas.
Medicamentos para dor
Para a maioria dos pacientes, o tratamento com morfina ou similares ajuda a controlar a dor, embora muitos pacientes têm receio de tomar esses medicamentos por medo de se tornarem dependentes. Mas, alguns estudos mostraram que esse risco é baixo se o paciente seguir a prescrição de seu médico.
Os medicamentos para dor agem melhor quando administrados em intervalos regulares. Não é recomendada a administração apenas em caso de dor intensa. Várias formas de morfina e outros opioides de ação prolongada estão disponíveis em forma oral, e são administrados uma ou duas vezes por dia. Existe também uma forma de ação prolongada do medicamento fentanil que é aplicado como adesivo a cada três dias.
Os efeitos colaterais frequentes desses medicamentos podem incluir náuseas e sensação de sonolência, o que muitas vezes melhora com o tempo. A constipação é um efeito colateral frequente que não melhora por conta própria, por isso precisa ser tratada. A maioria dos pacientes que utiliza esses medicamentos precisa tomar laxantes diariamente.
Outros tratamentos
Às vezes, determinados procedimentos podem ser necessários para tratar a dor. Como, por exemplo, o bloqueio ou injeção de álcool em alguns nervos, que transmitem sensações de dor, próximos ao pâncreas aliviando assim a dor e permitindo o uso de doses menores de medicamentos analgésicos.
O bloqueio do nervo também pode ser realizado injetando anestésicos ou medicamentos que destroem os nervos próximos ao pâncreas, com ajuda de uma agulha ou através de um endoscópio.
O tratamento do câncer com quimioterapia e/ou radioterapia também pode, muitas vezes, aliviar a dor, ao reduzir o tamanho do tumor.
Tratamento do câncer de pâncreas por estágio

Na maioria das vezes, o tratamento do câncer de pâncreas é baseado no estadiamento da doença. Mas, outros fatores, como o estado de saúde geral do paciente, também podem influenciar as opções de tratamento.
Tratando o câncer ressecável
Os médicos consideram o câncer de pâncreas ressecável se o tumor está contido no pâncreas ou não se disseminou muito além do pâncreas, e não se desenvolveu próximo aos grandes vasos sanguíneos. Como é uma cirurgia de grande porte, o paciente deve estar em boas condições físicas para tolerar a cirurgia.
Se os exames de imagem mostram uma chance razoável de retirar todo o tumor, a cirurgia é o tratamento indicado, uma vez que é a única chance para curar a doença. Dependendo de onde o câncer se iniciou, geralmente é realizada a técnica de Whipple ou uma pancreatectomia distal.
Às vezes, mesmo um tumor teoricamente operável, durante a cirurgia se vê que nem tudo pode ser retirado. Se isso acontecer, a cirurgia pode ser interrompida ou o cirurgião realiza apenas uma cirurgia menor com o objetivo de aliviar ou prevenir complicações, como a obstrução das vias biliares.
Tratamento adjuvante
Mesmo quando todo o tumor visível é removido cirurgicamente, a doença pode recidivar. Administrar químio isolada ou em conjunto com a radioterapia (tratamento adjuvante), após a cirurgia pode aumentar a sobrevida do paciente. Os medicamentos quimioterápicos mais usados são gemcitabina ou 5-FU.
Tratamento neoadjuvante
Muitas vezes, se o tumor parece ser ressecável, mas é muito grande e tem muitos linfonodos próximos acometidos ou está provocando dores, a quimioterapia ou quimiorradiação pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor (tratamento neoadjuvante). Isso pode facilitar a retirada de todo o tumor no momento da cirurgia. Quimioterapia adicional ainda pode ser indicada após a cirurgia.
Tratando o câncer com borda ressecável
Os tumores que invadiram os vasos sanguíneos próximos, mas sem envolvimento quanto a profundidade podem ser removidos cirurgicamente. Mas, as chances de retirar todo o tumor são baixas, por isso são consideradas bordas ressecáveis.
Esses cânceres são tratados inicialmente com quimioterapia neoadjuvante, às vezes, junto com radioterapia. Exames de imagem e laparoscopia, são realizados, em seguida, para garantir que o tumor não cresceu demais e pode ser removido. Em seguida, a cirurgia é realizada para remover o tumor. Isto pode ser seguido por quimioterapia.
Outra opção seria fazer a cirurgia como primeiro tratamento, seguida de quimioterapia adjuvante e, possivelmente, radioterapia. Se, durante o procedimento, se evidenciar que nem toda a doença poderá ser ressecada, a cirurgia é interrompida ou o cirurgião faz uma cirurgia menor com o objetivo de aliviar ou prevenir problemas, como a obstrução das vias biliares.
Tratamento de tumores localmente avançados (Irressecável)
Os tumores localmente avançados são aqueles que invadiram os vasos sanguíneos próximos ou outros tecidos, para serem removidos completamente por cirurgia, mas não se disseminaram para o fígado ou outros órgãos. Nesses casos, a cirurgia não aumenta a sobrevida do paciente, sendo realizada apenas para aliviar a obstrução do ducto biliar ou evitar uma obstrução intestinal provocado pela compressão do tumor sobre outros órgãos.
A quimioterapia, muitas vezes, seguida de quimioradioterapia, é a opção de tratamento padrão para o câncer localmente avançado. Esse tratamento pode aumentar a sobrevida de alguns pacientes, mesmo que não reduza o tamanho do tumor. A administração da quimioterapia e da radioterapia em conjunto pode ser mais eficaz para controlar a doença, mas tem mais efeitos colaterais. Muitas vezes, a terapia-alvo pode ser adicionada à quimioterapia antes da administração da quimioradioterapia.
Outras vezes, uma opção de tratamento pode ser a administração de imunoterapia isoladamente.
A cirurgia pode ser feita após a quimioterapia ou quimiorradiação, se a imagem mostra que o tumor diminuiu e pode ser completamente removido cirurgicamente.
Tratamento do câncer metastático
O câncer de pâncreas, muitas vezes, se dissemina primeiramente para o abdômen e fígado. Também pode se disseminar para os pulmões, ossos, cérebro e outros órgãos.
Esses tumores já estão muito avançados para serem removidos cirurgicamente. Mesmo quando os exames de imagem mostram que a disseminação é apenas para uma parte do corpo, deve ser considerado que pequenos grupos de células cancerígenas já atingiram outros órgãos.
A quimioterapia é o principal tratamento para esses tipos de câncer. Às vezes, pode reduzir ou retardar o crescimento desses tumores durante um tempo, aumentando a sobrevida do paciente.
O medicamento mais utilizado é a gemcitabina, que pode ser administrada sozinha ou em combinação com outros medicamentos, como paclitaxel ligado a albumina, erlotinibe ou capecitabina.
Outra opção, principalmente para pacientes com bom estado geral de saúde, é a combinação dos medicamentos quimioterápicos denominados FOLFIRINOX, composto por 4 medicamentos: 5-FU, leucovorina, irinotecano e oxaliplatina. Esse tratamento aumenta a sobrevida se comparado com a administração de gemcitabina isoladamente, embora tenha efeitos colaterais mais importantes.
Em certos casos, a imunoterapia ou terapia-alvo também podem ser opções para pacientes cujas células cancerígenas têm determinadas alterações genéticas.
Outros tratamentos, também, podem ser realizados para prevenir ou aliviar os sintomas da doença. Por exemplo, a radioterapia ou bloqueio nervoso pode ser feito para aliviar a dor associada à doença ou pode ser inserido um stent para manter o canal biliar aberto.
Como os tratamentos atuais não respondem bem para muitos pacientes, pode ser considerada a participação em um estudo clínico com novos medicamentos.
Recidiva
Se o câncer progredir (durante o tratamento) ou recidivar (após o tratamento), as opções de tratamento dependerão do local da recidiva, dos tratamentos já realizados e do estado de saúde geral do paciente.
A recidiva do câncer de pâncreas ocorre com mais frequência para o fígado, mas também podem ser aos pulmões, ossos ou outros órgãos. Quando o câncer de pâncreas recidiva pode ser tratado essencialmente da mesma forma como um câncer metastático. Isso provavelmente inclui químio, se o paciente puder tolerar. Caso contrário, diferentes medicamentos quimioterápicos podem ser tentados, muitas vezes, junto com a terapia-alvo. A imunoterapia também pode ser útil em alguns casos de recidiva da doença. Outros tratamentos, como radioterapia ou a colocação do stent podem ser realizadas para prevenir ou aliviar os sintomas da doença.
Se a doença progredir durante a quimioterapia, outro tipo de medicamento quimioterápico pode ser tentado se o paciente tiver um bom estado geral de saúde.
Em algum momento, pode ficar claro que os tratamentos convencionais não estão mais controlando a doença. Se você quiser continuar recebendo tratamento, pode optar por participar de um estudo clínico para o câncer de pâncreas com novos tratamentos e opções de medicamentos
Câncer da ampola de Vater
A ampola de Vater é a área em que o ducto pancreático e o ducto biliar comum desembocam no duodeno. Um tumor localizado nesse local, denominado câncer da ampola de Vater, pode se iniciar no ducto pancreático, no duodeno ou no ducto biliar comum.
Esse tipo de câncer frequentemente provoca sintomas precoces, como icterícia, por isso, muitas vezes, são diagnosticados quando ainda são ressecáveis. A cirurgia com a técnica de Whipple é, muitas vezes, bem sucedida no tratamento desses cânceres em estágio inicial. A quimiorradiação pós-operatória é recomendada.
Os cânceres da ampola de Vater avançados são tratados como câncer de pâncreas.
Via American Cancer Society; Notícias ao Minuto; Uai e Brasil Escola

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